sábado, 18 de dezembro de 2010

Vai entender as mães..


um dia eu chutei a barriga da minha mãe e ela chorou de emoção. Fiz ela engordar uns 20 quilos e ela só tinha palavras boas pra mim. Fiz ela quase morrer de dor e ela deu um grito de alegria quando me viu pela primeira vez. Eu roubei o tempo dela, roubei o marido dela e a paixão só aumentou. Mãe, definitivamente você não bate bem e é por isso que eu te amo .



sábado, 11 de dezembro de 2010

eu sempre imaginei



uma AMIGA que SEMPRE estivesse do meu LADO, que pudesse RIR das BESTEIRAS que eu fiz no passado, que pudesse CHORAR COMIGO por aqueles garotos, que pudesse me ABRAÇAR quando eu precisasse de alguém, que eu pudesse CONTAR meus piores SEGREDOS, meus SONHOS mais malucos, minhas paixões PROIBIDAS, que eu pudesse COMPARTILHAR minhas MALUQUICES, que quando eu estivesse desanimada ela sempre estaria ali para me animar. Que eu pudesse contar de quem eu estava gostando e ELA ME APOIARIA, que a cada IDEIA DOIDA que eu quisesse fazer ela estaria me APOIANDO, que eu pudesse DANÇAR nas FESTAS com ela, que eu pudesse ZOAR MUITO com ela, que eu pudesse ser A MAIS LOUCA e ela gostaria de mim mesmo assim, que eu pudesse COMETER BABAQUICES e ela me AJUDARIA a CONSERTAR, que eu pudesse ACONSELHÁ-LA quando ela estivesse fazendo uma coisa ERRADA, que eu pudesse pensar que o mundo é uma droga, mas quando lembrasse DELA eu mudaria de idéia. Que eu pudesse pensar: ELA É A AMIGA DOS MEUS SONHOS !


Monise Mazucco

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Geloso, o Gelinho


(aprendendo o ciclo da água)
Quando chove na floresta é um corre corre danado.
A bicharada procura abrigo em qualquer lugar...
Os macacos entram nas tocas, nos buracos mais próximos, ou se escondem sob a copa das árvores.
Os bichos miudinhos correm para debaixo das folhas ou cogumelos, pois os pingos da chuva podem ser um perigo!
- Cuidado com esse pingo, Seu Besouro! – berrou Dona Formiguinha.
- Que pin...?- Seu Besouro não pode completar a palavra. PLAFT! O aviso chegou tarde demais. O pingo se esborrachou na carcaça do coitado que, além de beber água, rolou ribanceira abaixo.
- Seu Besouro, aonde o senhor foi parar?- gritou Dona Formiguinha toda aflita.
- Seu Besooouroo, onde está o senhoooooor? Está machucaaadoo?
Silêncio total.
Dona Formiguinha já estava ficando preocupada, quando ouviu um barulhinho.
- Parece um choro. Pobrezinho do Senhor Besouro... Ele deve ter se machucado pra valer.
Dona Formiguinha foi em direção ao choro, até que encontrou o infeliz, todo encharcado, caído no chão.
- Seu Besouro, o senhor está muito ferido?
- Que nada! – respondeu ele. - foi só um susto!
- Só um susto! Então por que estava chorando?
- Eu chorando?
- Sim, o senhor, é claro!
- Dona Formiguinha - respondeu Seu Besouro irritado-, por acaso eu tenho cara de bebê chorão?
- Cara não tem, mas que chorou, chorou!
- Não chorei!
- Chorou!
‑Não chorei!
A discussão já estava pegando fogo quando...
- Espere Seu Besouro, escute isso...
- É, tem alguém chorando - cochichou Seu Besouro.
- Então não era mesmo o senhor!
- Viu? Não falei? Não falei? – respondeu Seu Besouro todo alegre.
- Então vamos ver de onde este choro está vindo. Mais que depressa os dois foram em direção ao choramingo. Era um chorinho fino e sentido.
- Está vindo daquele lado, de perto daquele arbusto - disse Dona Formiguinha toda agitada, já correndo para lá.
Chegando ao lugar apontado, eles olharam, olharam..
- Está vendo alguma coisa?
- Eu não, e a senhora?
Mas o choramingo continuava, cada vez mais forte. Seu Besouro ajeitou melhor suas anteninhas e falou:
- É por ali. Dona Formiguinha, bem de perto daquelas flores.
Olharam para um lado, nada. Olharam de outro, nada também.
E o choramingo continuava...
De repente. Seu besouro gritou:
- Olhe ali, debaixo daquela flor!
Para espanto dos dois, lá se encontrava um gelinho, derrubando suas lágrimas geladas.
- Quem é você? – quis saber Seu Besouro.
- Porque está chorando? – perguntou Dona formiguinha.
E o gelinho, enxugando uma lágrima, contou sua história:
- Eu me chamo Geloso e caí na terra por engano.
- Por engano? Não estou entendendo! – exclamou Dona Formiguinha. – você não é um gelinho de chuva?
- Sim, mas eu só deveria cair quando chovesse granizo.
- É verdade, hoje não está chovendo granizo! – concordou Dona Formiguinha.
Seu besouro, que não tinha lá muito estudo, fez uma cara de quem não tinha entendido nada e perguntou:
- O que é granizo, Dona Formiguinha? É uma chuva de grão?
Contendo o riso, ela explicou:
- Granizo é uma gota de chuva que se transforma em gelo ao atravessar uma camada de ar frio lá no céu, entendeu?
- Ah, sim, sim... Eu já sabia, só queria ter certeza. Dona formiguinha fingiu que não ouviu, e pediu para o gelinho continuar sua história.
- Pois é- continuou o gelinho - eu estava numa nuvem baixa, vendo a chuva cair, quando um pingo de água bem grandão bateu em mim.
- Já sei! Você escorregou e caiu junto com a chuva!- completou Dona Formiguinha.
- É isso mesmo- disse o gelinho- agora eu quero voltar pra minha nuvem, mas não sei como!
- Por que não pega um ônibus? – disparou Seu Besouro.
- Quer parar de dizer bobagens?- bravejou Dona Formiguinha. – onde já se viu pegar um ônibus para ir até as nuvens!
Seu Besouro, meio envergonhado, deu um sorriso sem grassa e resolveu ficar quieto.
Mas o problema continuava. O gelinho precisava voltar...
Descer era fácil, mas subir era bem diferente. As nuvens ficavam muito lá no alto. Pobre gelinho, sozinho na terra, sem ninguém, abandonado.
A chuva não durou muito, o céu já estava azul e límpido.
Dona formiguinha, depois de muito pensar, teve uma idéia, faria uma reunião com todos os bichos, bichinhos e bichões da floresta. Quem sabe alguém teria uma solução!
Seu Beija-Flor, que era o mais rápido, iria avisar a todos.
Instantes depois, toda a bicharada já estava reunida numa clareira. Seu Tatu, Dona Tartaruga, Dona Onça, Seu Sabiá, Dona Borboleta e até seu Bicho-Preguiça, que vivia dormindo pendurado numa árvore. Dona Formiguinha, de cima de um galho, explicou toda a situação, tintim por tintim:
- E então, alguém tem uma idéia?
Eu tenho - disse Dona Borboleta. – O geloso senta em minhas costas e eu o levo até lá.
- Hum... Hum... - resmungou Dona Formiguinha, coçando o queixo. –por que não? Talvez isso dê resulado.
Então, Dona Borboleta se abaixou, Geloso montou em suas costas e gritou:
- Tchau pessoal, aqui vou eu. Obrigado por tudo!
Dona Borboleta não tinha ainda voado muito, quando algo aconteceu... Ela começou a espernear:
- Ai, hei credo! Você é muito gelado Geloso, e eu estou ficando dura de frio!
- Por favor, Dona Borboleta, agüenta mais um pouco. Não falta muito! – gritou Geloso apavorado.
- Ai, ui! Não agüento, não! – berrava a pobre Borboleta esperneando.
Tanto que não deu outra... Geloso despencou lá de cima. A decepção foi geral. E agora, como iriam fazer?
Foi aí que eles se lembraram de seu Curupaco, o papagaio. Ele tem muitas penas, e não vai sentir o frio do gelinho.
Assim, depois de tudo acertado...
- Tchau pessoal, aqui vou eu. Obrigado por tudo!- gritou Geloso, já montando nas costas do papagaio.
Levantaram vôo e subiram, subiram, subiram... Mas seu Curupaco não sabia que as nuvens ficavam tão no alto.
- Uf! Uf! Não agüento mais. Ainda falta muito?
- Falta sim- disse Geloso, - falta bastante.
- Uf! Uf, não vai dar, não vai dar...
E seu Curupaco também despencou lá de cima, com Geloso agarrado a suas penas.
- É, acho q não tem jeito mesmo. Vou acabar derretendo sem conseguir voltar pra casa - choramingou o pobre gelinho.
- Você disse derretendo? Pois é isso mesmo - gritou Dona Formiguinha. – por que não pensei nisso antes?
E, toda afobada, foi dando ordens ao pessoal...
- Seu Tatu, me traz uma panela. Seu Macaco me arranje um fósforo. Dona Coruja, por favor, quero gravetos e folhas secas.
Pouco tempo depois, o material pedido estava todo ali...
Dona Formiguinha começou a acender o fogo debaixo da panela. Ninguém estava entendendo nada.
-Isso lá é hora de cozinhar?- dizia um.
- Dona Formiguinha pirou - dizia outro.
Mas o espanto foi maior quando ela disse:
- Pule na panela, Geloso.
- O QUÊ? – gritaram todos ao mesmo tempo.
- Mas aí eu derreto todinho – choramingou Geloso.
- Eu explico - e Dona Formiguinha cochichou alguma coisa no ouvido do Geloso. Imediatamente ele pulou na panela.
- Que maldade, Dona Formiguinha, isso não é coisa que se faça!
- Onde já se viu?
Mas Dona Formiguinha, muito sábia, explicou:
- Vocês não sabem de nada mesmo! Não estudam... O gelo derretido se transforma em água. A água fervendo se transforma em vapor. O vapor da água sobe e vai juntar-se as nuvens...
- Ah, já entendi – gritou Seu Besouro que não tinha esquecido a explicação da dona formiguinha- aí, quando chover, o Geloso passa por uma camada de ar frio e vira gelo outra vez. - completou com ar vitorioso.
Todos se entreolharam boquiabertos.
-Puxa vida! E foi assim que Geloso subiu para as nuvens, sorrindo todo feliz para os bichos da floresta, e prometendo voltar quando chovesse granizo.




Patricia Demarchi

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

as pérolas

As pérolas são uma ferida curada. Pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de um amigo? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas idéias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas? Então produza uma pérola... Cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

pirulitos se tornam cigarros



        inocentes viram vadias. dever de casa vai pro lixo. celulares conectados no twitter durante a aula. detenção se transforma em suspensão. refrigerante se torna vodka. bicicletas viram carros. beijos viram sexo. vocês se lembram de quando usar proteção era botar um capacete? de quando a pior coisa que você poderia levar de garotos eram cosquinhas? de quando os ombros do pai eram o lugar mais alto e inatingível e mamãe era nossa heroína? aliás, lembram-se de quando heroína era o feminino de herói? de quando seu pior inimigo era seu irmão? de quando war era só um jogo de cartas? de quando a única droga que você conhecia era remédio pra tosse? de quando remédio pra tosse era realmente usado pra curar tosse? de quando usar uma saia não te transformava numa vadia? e a maior dor que você sentia era quando ralava os seus joelhos e os "adeus" duravam somente até o amanhecer do outro dia.
e nós não podíamos esperar por crescer, ein?